EDIÇÃO EM HOMENAGEM À ETNOMUSICÓLOGA E MUSICISTA EMÍLIA BIANCARDI
DIREÇÃO ARTÍSTICA - LEONARDO REIS/ MEDIADOR - JORGE SACRAMENTO
CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR - LARGO PEDRO ARCANJO
DE 08 A 11 DE SETEMBRO DE 2009 - ENTRADA FRANCA







QUINTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO

Tudo é Percussão II continua ressoando a magia dos tambores no Pelô

A convivência dos tradicionais instrumentos percussivos com as novas ferramentas da computação ganha destaque no terceiro dia do evento

A utilização de modernas ferramentas tecnológicas vem ganhando cada vez mais espaço no mercado fonográfico mundial. As novas tendências da produção musical foram amplamente discutidas no terceiro dia do projeto Tudo é Percussão II, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado, através do Programa Pelourinho Cultural. Com uma rica programação, o projeto ofereceu muita informação e musicalidade para quem participou dos seus workshops e apresentações musicais.

Intermediado por Leonardo Reis, diretor artístico do projeto, e pelo professor de música da UFBA Jorge Sacramento, o primeiro workshop do dia abordou a experiência musical do renomado técnico de som Kalunga, que falou sobre a importância do conhecimento e da diversificação no trabalho do músico, ponto de consenso entre os participantes, além da valorização da percussão no cenário artístico, a exemplo do seu uso no trio elétrico. “Antigamente, só tinham destaque voz e baixo nos trios. Hoje os instrumentos percussivos são cada vez mais utilizados”, afirmou.

O segundo workshop, com o artista baiano Yonsen Maia, tratou da utilização das novas tecnologias na esfera musical, sobretudo, o avanço dos softwares que reproduzem sons cada vez mais similares aos instrumentos e da autonomia dos artistas em relação às gravadoras. “Com o desaparecimento da maioria das gravadoras, muitos músicos produzem seus CDs em casa mesmo”, afirmou Yonsen, que destacou ainda a importância do projeto Tudo é Percussão: “é uma honra, tem tudo a ver não só com a Bahia, mas com o mundo. Temos que nos cercar cada vez mais de informações de valor.”

Para finalizar a rodada de workshops com chave de ouro, Neguinho do Samba falou sobre a criação do samba-reggae, ritmo nomeado, segundo ele, pelo cantor Paul Simon, que declarou que Bob Marley e Neguinho transformaram a música mundial. Ele destacou ainda que o samba-reggae não é só um ritmo, mas um movimento social, citando diversos exemplos de pessoas que passaram a viver com dignidade através da percussão. A escola de percussão do Olodum e as meninas da banda Didá fizeram o público balançar com os seus batuques precisos e contagiantes.

No final do dia, para presentear os participantes, o cantor e compositor Luiz Caldas apresentou seu show Cordas e Couros, com canções inéditas e antigos sucessos que levaram a platéia ao delírio, como Ajayô, O que é que essa nega quer? e Fricote, que o tornou conhecido nacionalmente. Os fãs de Luiz Caldas agora podem ter acesso ao seu novo trabalho através do mercado de música disponibilizado em seu site (www.luizcaldas.com.br), que oferece 130 canções inéditas para o internauta comprar.